terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Tudo o que faço é querer, quero tudo e mais alguma coisa. Eu, sendo uma alminha preguiçosa que se senta à espera que as coisas aconteçam, não mexo os cordelinhos para ter o que quero. A verdade, decerto, é que o que quero não se possui - Não é que a falta de vontade para fazer qualquer coisa que seja se tenha sumido de um dia para o outro, mas a realidade é que não faço a mais pequena ideia do que tenho de fazer.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Wish List










Sede

Quero fugir daqui. Quero viajar sem destino. Quero ir, quero ir para lado nenhum, quero ir para todo o lado, quero ir para um dos milhões de não-cantos do mundo. Quero ir para um lugar onde esteja sozinha com  o silêncio. Só eu e as árvores. Talvez um rio. Quero ir para um lugar onde possa deixar de ser, onde possa simplesmente limitar-me a existir. Um lugar onde tudo se resuma a um sentimento de pura paz e liberdade. Quero ir. Quero ir e não voltar.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



Não sei se é completamente alienado dizer que quero isto, desejar tanto alguém, outro ser humano que alimente toda a minha vivacidade, como o sangue que me corre nas veias. Mas ao mesmo tempo um amor tão subtil e inocente. Não sei se faz de mim louca dizer que anseio por algo que na realidade me assusta de morte.
"Nada me expira já, nada me vive 
Nem a tristeza nem as horas belas.
De as não ter e de nunca vir a tê-las,
Fartam-me até as coisas que não tive."

Folhas secas são amachucadas pelos meus pés descalços que caminham em direcção ao fim. Ou ao início, o que quer que lhe queiram chamar. Chego ao destino. Olho para cima, o céu translúcido com toda a clareza de uma manhã de inverno. E depois olho para baixo, onde os meus olhos encontram a paisagem deslumbrante de um precipício que parece não ter fim. Sinto uma liberdade a inundar-me o corpo, como se ele já não estivesse dependente da minha mente. Fecho os olhos e inspiro todo o ar puro que aquele lugar tem para me oferecer. Fico assim por um minuto, e mais outro e mais outro. E depois lá vou eu, um pé de cada vez, até todo o piso ter ficado atrás de mim, e é quando a gravidade entra em acção. O alívio. Está aqui. Sinto-me a abandonar o meu próprio corpo, sinto a mente a esvaziar. Não tenho qualquer tipo de flashbacks ou memórias a passarem em frente aos meus olhos. Tudo o que sinto é liberdade, alívio, paz, leveza. Aqueles 5 segundos de queda livre parecem uma eternidade. Chego ao fim da minha viagem a não se sabe onde. De fora vê-se sangue, ossos partidos e olhos fechados.
Mas eu não vejo nada.