quinta-feira, 23 de agosto de 2012

cinco minutos

A brisa-quase-vento forte e quente de verão embala-me nesta tarde de quinta-feira. Calco as ruas estreitas desta aldeia que guarda todas as memórias mais deliciosas da minha infância. Há algo de especial neste momento, algo que me inunda a alma não deixando um único espaço vazio. Sinto-me leve, a mente isenta de qualquer parte do meu ser que não é meu e que transformo inconscientemente para os outros. Os meus pés tocam o chão como se fosse a última vez, como que a cada passo esteja pronta a deixa-lo e a voar daqui para fora. Estou em perfeita sintonia com o universo, o meu corpo dança com o tempo, embalado no espaço que me rodeia. Nunca me senti tão cheia de mim, tão cheia do eu que me é impossível transmitir aos outros, tão cheia do eu que ninguém vê em mim, que não existe visivelmente em lado nenhum.

Sem comentários:

Enviar um comentário